quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Fragmentada


Fui sabendo de mim
Por tudo aquilo que perdia.
Perdi a memória das faces, jeitos, nomes,
cheiros, formas...
Restou-me apenas emoções confusas e palavras.
A linguagem então passou a ser minha pele
E mesmo nas noites mais frias aprendi
a sobreviver ficando só na sua companhia.
É por meio da linguagem acaricio, toco e esgoto-me
Minha linguagem treme de desejo
Uma emoção que alimenta, explode, envolve.
Fui sabendo de mim.
Nas palavras mal tecidas.
Na subjetividade
Algo que ao mesmo tempo transforma, acresce,
 Aperfeiçoa, interrompe e reduz.
Um texto vivo
Perdido nos contonos de um círculo
E que se espalha
Um texo sem linearidade?

Um  f r a g m e n t o  humano.